Redação Lado A | 21 de Dezembro, 2018 | 11h03m |
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Mais de 30 entidades defensoras dos direitos LGBTI+ se reuniram na quinta-feira (20) com a futura ministra de Mulheres, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. A reunião com o governo de transição foi marcada para entregar o documento “O que Queremos do Estado Brasileiro”. Embora tenha se reunido com representantes LGBT, Damares já fez declarações sobre a manutenção de princípios morais e religiosos.
O documento de 18 páginas foi entregue e debatido com Damares durante três horas. As principais reivindicações para o período entre 2019 e 2022 são o reconhecimento das diversas famílias. Iniciativas de combate à violência e discriminação em virtude de gênero e sexualidade também foram citados. Além disso, as entidades também cobraram posicionamento sobre a criação de órgãos específicos para fortalecer políticas de denúncias e de atendimento às vítimas LGBTI.
Recentemente, Damares foi alvo de polêmica nas redes sociais ao falar sobre abuso, religião e manutenção de valores morais. Por outro lado, segundo as entidades que se reuniram com a futura ministra, Damares se comprometeu com a comunidade LGBT. De acordo com a pastora escolhida por Bolsonaro, haverá diálogo entre o governo e a comunidade LGBT. Para Toni Reis, diretor da Aliança Nacional LGBTI+, é importante considerar que a ministra se comprometeu em manter os direitos adquiridos, como a união homoafetiva. No entanto, Reis não considera que será uma relação fácil, haverá embates que deverão ser contornados com diálogo.
A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) foi convidada a participar da reunião com o governo de transição de Jair Bolsonaro. Importante entidade de defesa dos direitos LGBTI+, a ABGLT se recusou a se reunir com a futura ministra. A entidade também não assinou o documento apresentado e debatido com a ministra e membros do governo.
Segundo nota oficial da ABGLT, o posicionamento de Damares, mesmo que aparentemente amigável com as questões LGBT, não é confiável. A entidade argumentou que Damares sempre foi declaradamente contra os direitos LGBTI. A pastora se posiciona contra a discussão de gênero e sexualidade nas escolas e difunde a ideia de “cura gay”. De acordo com a entidade, não há sentido se unir com frentes conservadoras que na prática não compactuam com as demandas da população LGBTI+.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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