Érica Malunguinho, primeira deputada trans e negra de São Paulo, toma posse na Câmara

Redação Lado A 19 de Março, 2019 17h45m

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Pela primeira vez a Câmara dos Deputados de São Paulo teve uma de suas cadeiras ocupadas por uma deputada negra e transexual. Erica Malunguinho foi eleita em 2018 pelo PSOL com mais de 54 mil votos. Negra, nordestina e transexual, Malunguinho disse que vai fazer uma “mandata” para negros, LGBTs e pobres.

Na sexta-feira, 15 de março, Érica tomou posse de seu mandato na Câmara dos Deputados em São Paulo. Além de deputada, Érica é educadora e mestra em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP). Com muita competência política, a nova deputada pensa em ocupar o espaço político comumente negado para as minorias.

No dia de sua posse, ela leu um discurso de resistência. Além disso, Érica mencionou o nome da vereadora Marielle Franco, cuja morte completou um ano na quinta-feira, 14 de março. Para a deputada, aquele era um momento histórico de representatividade para pessoas negras e LGBTs e que isso contará no futuro. Érica disse ainda que, para alguns, o momento era insignificante, mas para ela e toda a comunidade negra, era um momento a se comemorar.

Desde a época de campanha, Érica se apresenta como “Mandata Quilombo”. A mudança no substantivo mandato para o feminino é, segundo a deputada, uma atitude política. Já a palavra “quilombo” representa  o compromisso que ela tem com a comunidade negra a qual dedicou muitos anos.

Aparelha Luzia

Durante sua caminhada por São Paulo, cheia de ativismo, Erica é responsável por projetos sociais que incluem pessoas negras. A deputada é nordestina e mora há 16 anos na capital paulista, onde desenvolveu seus estudos e ações em prol das minorias.

Um de seus maiores projetos, do qual Érica fala com muito orgulho, é o Aparelha Luzia. O espaço é mantido por ela e presta apoio cultural e educacional voltado para a comunidade negra. Inclusive pessoas em situação de vulnerabilidade são atendidas. A palavra “aparelha” é determinado por Érica como o feminino de “aparelho”, nome pelo qual se conheciam os espaços de resistência instalados de forma secreta na cidade durante a ditadura militar. Já o quilombo se refere ao espaço exclusivamente ocupado e dominado por negros. Segundo Érica, para que brancos entrem no local, é preciso que todos os outros membros estejam de acordo. “Isso não é racismo, é a resposta a ele”, afirma.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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