Criminosos invadem casa de líder LGBT+ de Apucarana e deixam facas sobre a cama

A transexual Renata Borges, 37, estudante de Engenharia Têxtil da UTFPR, teve sua casa invadida por criminosos. No dia 17 de outubro a ativista LGBT+ voltava de uma palestra em Curitiba com destino à sua cidade, Apucarana. No meio do caminho ela soube por um rapaz que mora na mesma residência que bandidos invadiram o local.

Segundo a denúncia de Renata, os criminosos subtraíram o valor de mil reais em dinheiro. Os invasores ainda levaram um botijão de gás e reviraram os demais pertences de Renata. Por fim, os criminosos deixaram duas facas sobre a cama da ativista. A ação foi interpretada como uma forma de intimidação motivada por transfobia.

Renata Borges registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher de Apucarana e o caso deverá ser apurado. Militante há mais de 15 anos, Borges é muito atacada por lideranças conservadoras do Paraná e do Brasil. Ela é uma das organizadoras da Parada LGBT+ de Apucarana e Vale do Ivaí, prevista para novembro. O evento é uma das primeiras manifestações LGBT+ do interior do Paraná e vem recebendo muitos elogios. Por outro lado, a atuação de Renata na organização de movimentos LGBT+ tem sofrido muitos ataques e ameaças.

O caso da invasão na casa da ativista está sob investigação da polícia. Além disso, Borges conta com o apoio jurídico de uma associação de advogados que já acionou o Ministério Público e a Defensoria Pública do Paraná. De acordo com a defesa de Renata, a invasão na casa da transexual foi um “ataque político e transfóbico contra uma cidadã com reconhecido trabalho em defesa dos direitos das minorias sexuais”. Por isso, a defesa afirmou sobre a importância de órgãos públicos e sociedade civil se posicionarem contra situações como essa e a favor de Renata.