Redação Lado A | 11 de Julho, 2019 | 11h17m |
COMPARTILHAR |
TAGS |
Duas web séries foram lançadas recentemente para abordar a temática lésbica e bissexual. Uma delas é a Labrys, de autoria das universitárias Letícia Cozoli, de 22 anos, e Julice Maria de Carvalho, de 27. Ambas são universitárias e lançaram o conteúdo no Youtube mas esperam que em breve a produção chegue até outras plataformas.
A produção de Labrys está disponível no Youtube em cinco episódios. Há um mês as universitárias postaram os vídeos que já somam mais de 50 mil visualizações. Além disso, os episódios são curtos, entre 8 e 10 minutos, o que contribui para a audiência. De acordo com as responsáveis pelo projeto, as gravações fazem parte de um trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa, de Minas Gerais.
O nome da web série, Labrys, se refere ao machado com lâmina dupla. Esse símbolo é comumente usado para representar a comunidade lésbica. Além desse assunto, as estudantes abordaram a bissexualidade. Uma preocupação das universitárias era com relação à representatividade de lésbicas e bissexuais nas produções audiovisuais. De acordo com Letícia e Julice, as produções atuais representam as mulheres lésbicas e bissexuais de forma erotizada e estereotipada. Além disso, as jornalistas destacaram a importância da diversidade na produção, representando diversos formatos de corpos e não só os padrões. As estudantes apontaram ainda a existência de relacionamentos abusivos entre mulheres, assunto pouco abordado. De acordo com o imaginário popular, relacionamentos entre mulheres são “mais fáceis”, conforme também contaram as estudantes.
Outra web série sobre o universo lésbica é denominada “Rebu”. Diferente da Labrys, Rebu está disponível no Instagram. No formato de IGTV, recurso da rede social para divulgação de vídeos, a designer Mayara Santana, 27, retrata questões da comunidade lésbica tendo como base as suas próprias vivências. Mulher negra e lésbica do Recife, Mayara reuniu diversas situação para retratar na série Rebu: Egolombra de Uma Sapatão Quase Arrependida.
Com cinco episódios, a série também conta com a participação dos pais de Mayara. Pedro de Santana e e Josefa Gomes, a Zefa, foram muito importantes no processo de aceitação na época em que a designer se assumiu como lésbica. Por outro lado, Mayara também aborda as dificuldades familiares e sociais que enfrentou durante o seu primeiro relacionamento lésbico. A designer conta que um casal de lésbicas é obrigado a “sonhar menos” do que um casal heterossexual, devido às diversas restrições sociais causadas pelo preconceito.
Os episódios de Rebu abordam reflexões sociais e pessoais da autoria. Os relacionamentos tóxicos e abusivos também aparecem ao longo da trama. Além disso, a possibilidade de mulheres lésbicas reproduzirem machismo, assunto também pouco abordado, é retratado na série. De acordo com Mayara, o lançamento de Rebu foi revolucionário pois muitas lésbicas se identificaram com a produção.
https://www.instagram.com/p/BxwGzJyAfEz/
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
COMPARTILHAR |
TAGS |