A glamurosa e dolorosa história da arte drag queen

Poc Blogueirinha 16 de Agosto, 2020 13h59m

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Atualmente a arte da drag queen está em alta na mídia e em diversos setores como: música, shows, apresentações, danças, comédia, dublagem, entre outros. Mas você sabe como tudo isso começou?


Beleza e uma voz de soprano, além de cabelos naturais, garantiram o sucesso de Lavern Cunnings nos EUA na década de 50

Bom, primeiro a drag queen é um artista que se transforma e cria uma personagem e na maioria das vezes se apresentam em bares e boates LGBTQIA+, mas hoje em dia temos uma diversidade muito maior da presença da drag até mesmo em eventos corporativos.

Na Grécia antiga, a presença feminina não era permitida no teatro, cabendo assim uma necessidade de atores homens terem que interpretar papeis femininos. O mesmo acontecia no Oriente, nos teatros Kabuki, no Japão, por exemplo. Com o passar do tempo, as mulheres foram ganhando seu espaço e ocupando os palcos. O papel de homens vestidos de mulher passou a ser cômico, com personagens mais escrachadas e de maquiagem pesada. As “drags” faziam sucesso com um estereótipo da mulher da alta sociedade de língua afiada, pura sátira. Aos poucos, estes papéis foram associados à homossexualidade dos atores e seguiu assim por anos. Assim como as mulheres do teatro eram associadas à prostituição.


Barbette era americana mas fez sucesso na Europa, se apresentando como trapezista nos anos de 1920

A palavra drag, vem do verbo arrastar em inglês “to drag”, referência aos longos vestidos usados nos palcos no passado. Diz a lenda que Shakespeare se referia a homens interpretados como mulheres com o termo. A junção com a palavra Queen, rainha, veio depois, no século 20, quando a arte foi retomada, no Novo Mundo. Perseguidas com a criação de leis vitorianas proibindo a homossexualidade. Homossexuais era presos, assassinados e sofriam processos de castração química ou lobotomia. Se vestir de mulher era fatal, como ainda é em muitos países. Durante toda a história as drags resistiram e floresceram ao que conhecemos hoje, em diversos estilos e respeitadas como forma de arte.

Foi em Nova York que o mundo drag renasceu, junto com a luta pelos direitos civis da comunidade LGBTI. Na década de 60, bailes celebravam a cultura drag, com concursos de vestimenta, comportamento, dança e estilo. Foi no Harlem, negro e pobre, que nasceu o estilo voguing de dança moderna, as drags agora drag queens brilhavam em um momento de efervescência cultural. Pessoas trans e homossexuais comemoravam o nascimento de uma identidade que até hoje influencia a cultura LGBT. Com o surgimento das paradas, as drags voltaram com tudo por todo o mundo.


Ru Paul, a drag mais conhecida hoje no mundo, sucesso desde os anos 80

E assim a comunidade LGBTQIA+, mais especificamente a letra G (gays) foram recorrendo a dar continuidade à arte de se transformar e criando cada vez mais representatividade, a fortaleza das drags. Hoje, contamos com ícones como Ru Paul e Pabllo, mas muitas abriram esse caminho no Brasil e lá fora, a custo de muito preconceito e enfrentamento da LGBTfobia.

Continuem acompanhando essa coluna fabulosa sobre o MUNDO DRAG QUEEN, aqui desejo transmitir muita informação sobre essa arte que tanto amo e faço parte, além de contar muito sobre a evolução da POC BLOGUEIRINHA e dicas fantásticas.

Poc Blogueirinha

SOBRE O AUTOR

Poc Blogueirinha

Criada pelo goiano Marco Túlio, a drag queen Pricilla Tayrah é mais conhecida conhecida como Poc Blogueirinha nas redes sociais e mora em Curitiba desde 2019.

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