Governador do RS se assume gay e quer concorrer à presidência da República

Aos 36 anos, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assumiu ser gay em conversa com o jornalista Pedro Bial. A entrevista foi ao ar na madrugada desta sexta feira, dia 3 de julho, no programa Conversa com Bial da Rede Globo. O político colocou-se como pré candidato ao cargo de presidente, afirmando que irá disputar as prévias do Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB, no próximo ano. Se eleito, será o mais jovem presidente brasileiro da história. O político se tornou o primeiro governador assumido gay do país.

O ex prefeito de Pelotas contou que desde a infância gosta de política, que o pai foi candidato a prefeito da cidade em que nasceu e que ainda criança pedia para os pais o levarem em comitês eleitorais. Apesar da pauta da entrevista claramente ser a revelação de sua sexualidade, o governador tentou dizer que esta parte da sua vida pessoal não era relevante para sua carreira política, e que nunca desmentiu boatos sobre ser gay. Falou que possuía orgulho três vezes, que namora um médico pediatra capixaba há 9 meses e que era “um governador gay” e não “um gay governador”.

Leite afirmou ainda que assumiu para a família levando um namorado em casa e que nunca teve uma conversa para “revelar ser gay” e conta com o apoio da família. Leite lembrou ainda o sofrimento passado por LGBT nas periferias, que sempre apoiou a causa e que o estado do Rio Grande do Sul conta com uma Secretária de Cultura trans (Gabriella Meindrad, qual o governador não falou o nome).

Enquanto futuro candidato, afirmou que deseja “retirar o Brasil dos extremos” e “cauterizar feridas”. Ele falou ainda ser contra a reeleição. A decisão de falar sobre sua sexualidade surgiu por conta do debate nacional que irá enfrentar e afirmou que fez isso por integridade, para mostrar que não tem nada a esconder.

Ao ser questionado sobre o possível impeachment do Presidente Jair Bolsonaro, do qual foi apoiador e chegou a indicar estar “frustrado“ na entrevista, o governador gaúcho ficou em cima do muro. Clamou que por ser governador federativo não poderia se manifestar sobre o assunto mas afirmou que caso comprovado crime de responsabilidade, o impeachment deve prosseguir, sob responsabilidade do Congresso Nacional.

No início da entrevista, Leite afirmou que sanou as contas do Rio Grande do Sul após ter herdado o estado com muitas contas atrasadas. Falou dos salários que segundo ele estariam em dia. Todavia, o salário dos professores do estado continua atrasado e esta semana haverá greve dos professores das escolas estaduais.