O estudante de Artes Cênicas da Univeridade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Athur Rigoski Gomes, de 21 anos, foi espancado junto com seu namorado namorado Thomas Dadaam, de 27 anos, estudante de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As agressões aconteceram no domingo, dia 12 de novembro, na Lagoa da Conceição, em Santa Catarina, motivadas por homofobia.
O casal relatou que caminhava de mãos dadas enquanto conversavam com uma turma de oito pessoas que encontraram pelo caminho até o Mercado Público, quando cinco homens se aproximaram e começaram a proferir ofensas de cunho homofóbico. “Vai virar norma bater em viado”, disseram os algozes. “Usaram a palavra viado como forma de xingamento e nós reagimos repetindo: ‘Isso é homofobia!’”, disse Arthur. Começaram então as agressões físicas com chutes, socos e pontapés. “Saio de casa para ter um momento feliz e de repente me vejo todo machucado e o meu namorado caído no chão, desacordado”, contou Arthur.
O estudante de teatro tem vários hematomas e lesões no rosto, boca, testa, perna, e mandíbula. O namorado, Thomas, está consciente mas sofreu lesões ainda mais graves. O diagnóstico do hospital apresentou fratura no septo nasal, traumatismo craniano e uma inflamação no braço, onde já tinha um pequeno ferimento antes das agressões. Na terça-feira, após receberem alta do hospital onde passaram a noite em observação, o casal foi até o Instituto Médico Legal (IML) fazer exame de corpo e delito. Na quinta-feira, 16 de novembro, Thomas deverá passar por uma ressonância magnética para investigar melhor os ferimentos na cabeça. Embora o namorado tenha ficado muito tempo inconsciente e não se lembre do ocorrido, Arthur, que não passou por desmaios ou provação dos sentidos, se lembra perfeitamente de todo o episódio. “Vai ficar pior pros viados. Daqui pra frente vai virar norma bater em viado”, foram palavras proferidas pelos agressores enquanto batiam no casal. Testemunhas que acompanhavam as vítimas também confirmaram as palavras dos criminosos.
Saturados pela intolerância que se manifestava mais uma vez, o casal não foi bem atendido pela polícia. Ao chegaram a 5ª Delegacia de Polícia, as vítimas foram tratadas com mais discriminação, conforme relataram. “Quando chegamos, o escrivão primeiramente se recusou a registrar o B.O., dizendo que estávamos muito alterados e exaltados. De fato, eu tinha acabado de recobrar a consciência, estava muito perdido e o Arthur sangrava muito. Mas os amigos ajudaram a argumentar e ele então concordou em fazer o B.O., mas determinou que entrássemos sozinhos na sala”, disse Thomas. O casal relatou ainda que foram trancados em uma sala junto com um policial que disse para os dois “pararem de se vitimizar. Devido a mais esse tratamento discriminatório, os dois registraram queixa na Corregedoria da Polícia. A advogada popular Daniela Felix, que vai acompanhar o processo, permitiu que eles abrissem Boletim de Ocorrência no 5º Distrito Policial contra agressão física, uma vez que no Brasil não existe crime por homofobia.