Após sofrer retaliação homofóbica, professor é eleito diretor de escola

O professor Lodemar Luciano Schitt, da escola Professora Dolores Luzia Santos Krauss, em Gaspar, Santa Catarina, foi eleito diretor da instituição. Antes disso, Lodemar sofreu uma tentativa de boicote motivada pela homofobia da mãe de um aluno da escola.

A mulher gravou um áudio que circulou pelo WhatsApp solicitando que os pais não votassem em Lodemar nas eleições para diretor. A mãe do aluno afirmou que o professor é “afetadíssimo” e “não tem compostura”. A mulher disse ainda que Lodemar é “um homem que se veste de mulher”, e que por isso não seria uma boa influência para os estudantes.

Os áudios circularam em grupos de pais e alunos da Escola Dolores Krauss e logo viralizaram na internet. Toda a comunidade escolar estava convocada a botar embora Lodemar fosse o único candidato ao cargo de diretor. A gravação vazou e causou uma grande repercussão do caso.

O assunto chegou até entidades sindicais que condenaram a atitude da mulher. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado (SINTE-SC) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT-SC), emitiram uma nota de repúdio.

Nas redes sociais, Lodemar recebeu muito apoio de alguns pais e alunos. Por outro lado, o ocorrido deixou o professor muito abalado. Lodemar contou que ficou muito triste pois foi julgado por um pessoa que não o conhece, em virtude de sua sexualidade.

Após a repercussão do caso, a mulher responsável pelos áudios disse que se arrepender. Através de um post que aliás já foi apagado, a mãe do aluno se desculpou pelos áudios.

Por fim, no dia da votação, em 22 de novembro, Lodemar foi eleito diretor da Dolores Krauss. Com 25 anos de experiência como docente, o professor foi eleito com 297 dos 433 votos. Seu objetivo agora é melhorar os índices de rendimento da escola.