Transexual encontra morta no Rio Barigui pode ter sido assassinada

Redação Lado A 16 de Janeiro, 2020 01h32m

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Desaparecida desde a virada do ano, Andreza, de 29 anos, foi encontrada morta depois de passados oito dias. Seu corpo, em avançado estado de putrefação, foi retirado do leito do Rio Barigui, no bairro Campina do Siqueira, em Curitiba. O corpo estava a pouco mais de dois quilômetros do local onde Andreza foi vista pela última vez, no Parque Barigui. Ela foi comemorar a virada de ano no ponto tradicional de Réveillon da cidade.

Apesar do laudo preliminar do IML não apontar indícios de violência, a Lado A conversou com duas testemunhas que viram Andreza no local. Por volta das 22h30, a trans postou em suas redes sociais que estava bêbada. Uma amiga perguntou se ela estava sozinha e ela confirmou que sim.

Por volta das duas horas da manhã, um homem estava com Andreza em arbustos próximo da Rodovia do Café (BR 376). Duas meninas foram a um local afastado para fazer xixi e avistaram a cena que consideraram estranha. Depois, elas e outros amigos abordaram o grupo (que agora tinha mais um homem) e perguntaram se ela precisava de ajuda. As testemunhas mostraram inclusive fotos em que os homens abusavam sexualmente da trans, em que um deles estava com as calças abaixadas. Segundo elas, Andreza estava desnorteada e os homens puxavam ela para o lado do mato. Ao se referir à Andreza, após manifestação de preocupação das testemunhas com elas, um dos homens teriam dito que nem mulher ela era e que a teria encontrado na beira da estrada. E ainda chamaram as garotas para participar.

Os homens estavam de bermudas e um deles de chinelo. As testemunhas acompanharam o grupo dispersar depois de gritarem com os agressores. Agora além das meninas outros rapazes se preocuparam com a moça. Andreza então se dirigiu à saída do parque e disse que ia embora, o caminho da saída passa sobre o Rio Barigui e é preciso cruzar uma ponte, próximo à usina de energia. Os dois homens observavam de longe Andreza. “Depois do que a gente viu, fica difícil acreditar que foi um acidente”, afirmou uma das testemunhas que teve o nome divulgado por questões de segurança.

Não se sabe o que ocorreu depois, as meninas e seus amigos foram embora e identificaram a garota trans após a notícia de sua morte. O corpo foi enterrado em Nova Fátima, no Norte do Paraná, onde mora a família da vítima, que não aceitava a sua transição de gênero.

A polícia aguarda o laudo toxicológico e a perícia final do IML mas não descarta um possível assassinato. Quem tiver qualquer informação, pode repassar anonimamente para a Delegacia de Homicídios pelo número 0800-6431-121.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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