Escritora norte-americana aposta em sexo lésbico para atrair leitores

Redação Lado A 16 de Julho, 2019 14h43m

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Em recente entrevista para a revista Época, a escritora americana Cármen Maria Machado falou sobre a importância de retratar a sexualidade lésbica. De acordo com a escritora, além da representatividade, colocar o assunto em suas obras desperta o interesse do público. Machado está na programação da 17ª Festa Literária Internacional que está acontecendo em Paraty, no Rio de Janeiro.

Uma de suas obras é intitulada “O corpo dela e outras farras”. O livro é um compilado de ficção científica, terror e mais diversos gêneros literários. Cármen usou essa linguagem para abordar assuntos como violência contra a mulher e machismo. A autora considerou que a obra, por falar sobre mulheres, não deveria deixar de abordar as mulheres que se relacionam com mulheres. Por isso, Carmen apostou em escritos sobre sexo lésbico para representar a pouca literatura sobre o assunto, o que também serviu para atrair o público. Graças a dinâmica da obra, o livro foi considerado pelo New York Times como uma dos 15 títulos mais importantes sobre mulheres do século XXI.

Financiamento

Uma das maiores dificuldades para colocar seus livros em circulação foi o financiamento. Cármen disse que escritores encontram muitas dificuldades para conseguir apoio financeiro para seu trabalho. No caso da escritora, com sua obra “O corpo dela e outras farras”, o obstáculo foi ainda maior. De início, o livro quase não vendeu e por abordar o universo feminino, foi mais difícil ainda de conseguir financiamento.

Cármen explica que os americanos têm muito pudor. Segundo a artista, isso limita a literatura às abordagens comuns que muitas vezes excluem mulheres. No caso de mulheres LGBT ou negras, os assuntos caem ainda mais no limbo da literatura americana. Consequentemente, essas obras não chegam aonde outras obras chegam. O sexo LGBT, por exemplo, raramente está no centro dos assuntos da literatura americana. De acordo com a artista, narrativas do ponto de vista feminino, como é a sua obra, são extremamente importantes para uma literatura mais inclusiva e representativa. “Toda literatura é política”, disse.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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