Redação Lado A | 28 de Agosto, 2018 | 16h53m |
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Uma recente declaração do papa Francisco sobre homossexualidade foi alterada na versão transcrita de uma entrevista do pontífice. Em sua visita à Irlanda no domingo, 26 de agosto, o papa declarou que os pais com filhos que têm tendência a serem homossexuais deveriam submetê-los a tratamento psiquiátrico. Diante dos protestos gerados com a declaração, a entrevista foi alterada nessa segunda-feira, 27 de agosto.
O posicionamento do pontífice causou desconforto e protesto em frentes do movimento LGBT. Devido às críticas desse grupo, a declaração foi alterada pela assessoria do papa que retirou as menções sobre psiquiatria. Segundo a assessoria, o pontífice não teve a intenção de associar a comunidade LGBT à alguma doença, tampouco pretendia causar ofensas. O termo “psiquiatria” então foi retirado da publicação feita pela assessoria de imprensa do Vaticano. A explicação foi de que o papa se referia apenas à uma análise psicológica da homossexualidade.
A declaração polêmica foi dada quando o Para estava em avião que o levaria da Irlanda de volta para Roma. Em entrevista coletiva ele disse que quando a homossexualidade se manifesta na infância, os pais devem ficar atentos. O papa teria abordado ainda a homossexualidade na fase adulta, afirmando que essa se manifesta de forma diferente da infância.
Diante do discurso do pontífice, grupos franceses de defesa dos direitos da comunidade LGBT se manifestaram. Para essas instituições, a fala do papa prestou um desserviço para uma população que já enfrenta diversos empecilhos na sociedade. Os grupos consideram ainda que o discurso do Papa é irresponsável e associa a comunidade LGBT à uma doença, o que incentiva o ódio contra essa população. Segundo Clémence Zamora-Cruz, representante da Inter LGBT, a doença está na homofobia internalizada na sociedade. Já a presidente da GayLib, Catherine Michaud, disse que o papa estava usando os homossexuais para deixar de comentar os casos de pedofilia dentro da Igreja Católica, assunto que o Papa recusou a comentar na mesma coletiva de imprensa.
Não é a primeira vez que o papa fala sobre a comunidade LGBT em suas coletivas de imprensa. Em alguns momentos, o pontífice parece dar a entender que simpatiza com essa população. Por outro lado, não reconhece alguns direitos como o casamento ou formação de um núcleo familiar. Em junho de 2017 o papa disse que a Igreja devia desculpas aos gays, assim como às mulheres e às crianças forçadas a trabalhar. Na mesma ocasião, o pontífice disse que a igreja não deve discriminar os homossexuais, mas sim respeitá-los e incluí-los.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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